O gás natural está dentro do jogo para fazer parte da solução mundial da transição energética. É o que afirma o Instituto Americano do Petróleo (API, na sigla em inglês), que divulgou nesta semana uma nova análise sobre os benefícios do hidrogênio de baixo carbono produzido a partir do gás natural. O estudo, encomendado pela API e conduzido pela consultoria ICF, descobriu que o hidrogênio produzido a partir de gás natural com captura de carbono e produzido a partir de eletricidade e outras fontes de energia poderia eliminar uma média adicional de 180 milhões de toneladas métricas de emissões de gases de efeito estufa por ano até 2050. Além disso, essa rota tecnologia poderia economizar mais de US$ 450 bilhões cumulativamente até 2050, quando os incentivos ao hidrogênio são fornecidos uniformemente com base em uma tonelada de emissões de gases de efeito estufa reduzidas.
“Nossa indústria está comprometida com o avanço de tecnologias inovadoras, como hidrogênio de baixo carbono, que são cruciais para reduzir as emissões de GEE em toda a economia”, disse o vice-presidente de política corporativa da API, Aaron Padilla (foto). “Trabalhando em conjunto com os formuladores de políticas para incentivar todas as formas de hidrogênio de baixo carbono e acelerar a produção de hidrogênio por meio de programas sob a Lei de Infraestrutura Bipartidária, podemos reduzir as emissões e garantir que os consumidores americanos tenham acesso à energia confiável de que precisam”, acrescentou.
O estudo mostra que incentivos uniformes para a produção de hidrogênio a partir de gás natural, eletricidade e outras fontes de energia são essenciais para cumprir a meta estabelecida pelo Departamento de Energia (DOE) dos EUA. O governo americano quer alcançar o patamar de 50 milhões de toneladas de hidrogênio limpo produzido até 2050, conforme estabelecido recentemente no documento “National Clean Hydrogen Strategy and Roadmap”, publicado pelo DOE.
Ainda de acordo com o estudo da API, quando cada tonelada de redução de emissões é incentivada da mesma forma, o mercado de hidrogênio dos EUA pode ser três vezes maior até 2050 do que quando as reduções de emissão são tratadas de forma desigual (ou seja, o mercado de hidrogênio pode ser 15% do consumo total de energia de uso final em 2050 versus 4% do consumo total de energia de uso final em 2050).
Além disso, a maior economia de hidrogênio resultante de incentivos uniformes poderia evitar 183 milhões de toneladas métricas adicionais de emissões de gases do efeito estufa dos EUA em média, por ano, até 2050 do que se os incentivos fossem implementados de forma desigual, aproveitando opções de baixo custo, como o hidrogênio produzido a partir de gás natural com captura de carbono. Habilitar incentivos para toda a produção de hidrogênio equivale a eliminar as emissões de mais de 38 milhões de carros anualmente, de acordo com a análise da API.
A API alega ainda que incentivos uniformes poderiam reduzir o custo de mitigar uma tonelada métrica de carbono em uma média de 12% ao ano durante o período de estudo, economizando mais de US$ 450 bilhões cumulativamente até 2050.
Por fim, a pesquisa aponta ainda que a infraestrutura crítica de hidrogênio, como armazenamento de hidrogênio, dutos e sistemas de distribuição local, será necessária para liberar o potencial do hidrogênio para contribuir para reduções significativas de emissões de gases do efeito estufa. O investimento de capital em projetos de infraestrutura de hidrogênio pode exceder US$ 400 bilhões até 2050 e incluir a construção de 67.000 milhas de dutos de transmissão de hidrogênio, 500.000 milhas de laterais de clientes e linhas de dutos/serviços de empresas de distribuição local e 560 trilhões de Btu de capacidade de armazenamento subterrâneo de hidrogênio.