Heloísa-Borges

O Brasil deve ter uma produção de gás natural maior do que a esperada. Essa é uma das principais novidades que serão apresentadas no Plano Decenal de Expansão de Energia 2032 (PDE 2032), cuja versão final deverá ser lançada no mês de dezembro. Nesta semana, o Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) lançaram um caderno que apresenta alguns dados que constarão no plano decenal e o destaque fica por conta do gás natural. A produção líquida do insumo para o decênio do PDE 2032 é cerca de 4% superior à projeção apresentada no plano anterior. Ao todo, o país deve chegar ao ano de 2032 com uma produção líquida de 134 milhões de metros cúbicos por dia – número que já desconsidera os volumes gastos com consumo próprio, injeção, queima e perdas. O caderno foi produzido pela Superintendência de Petróleo e Gás Natural da EPE, que responde diretamente à diretora de Estudos de Petróleo, Gás e Biocombustíveis, Heloisa Borges.

Gráfico que mostra a evolução da produção de gás até 2032. Clique para ampliar

O caderno apresenta a chamada Reserva Total (RT), que representa os recursos descobertos em unidades produtivas com comercialidade declarada e os recursos previstos para o Excedente da Cessão Onerosa. Nesse caso, o caderno aponta para um pico de 83 milhões de metros cúbicos por dia em 2027, conforme revela o gráfico azul ao lado. A previsão da produção líquida de gás natural foi fortemente influenciada pelos ajustes na previsão para o campo de Búzios, realizados de acordo com o seu novo Plano de Desenvolvimento.

Do total de 12 unidades de produção previstas para o campo de Búzios, sete delas possuem capacidades produtivas superiores às estimadas no PDE 2031. Mas, dentre estas sete unidades, cinco não disponibilizarão gás natural, provocando a queda/patamar observado de 2027 a 2032 no gráfico azul ao lado.

Além disso, os novos campos da Bacia de Sergipe-Alagoas (Budião, Budião Noroeste, Budião Sudeste, Palombeta, Cavala, Agulhinha e Agulhinha Oeste) tiveram a comercialidade declarada e passaram a compor a categoria de reserva total. Enquanto isso, passaram a fazer parte da categoria de recursos contingentes (RC as descobertas nos blocos AM-T-84, ES-T-496, PN-T-69 e Três Marias. Os recursos contingentes, representados pelo gráfico verde acima, são responsáveis por cerca de 31% da previsão da produção líquida de gás natural para o último ano do ciclo.

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O caderno trouxe também previsões para a produção de petróleo até 2032. No entanto, os números não apresentam oscilação média com relação à projeção revelada no plano anterior. A produção de petróleo esperada para o ano de 2032 é de 4,92 milhões de barris por dia. Do total previsto, 95% são sustentados por recursos já descobertos, somando-se a reserva total e os recursos contingentes.

A previsão da produção de petróleo para o pré-sal também não apresentou grandes variações com relação ao ciclo anterior. Em 2032, os poços da camada representarão 80% da produção total prevista, totalizando 4 milhões de barris por dia. O caderno Previsão de Produção de Petróleo e Gás Natural

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