O hidrogênio sustentável é uma das mais promissoras soluções para o futuro da energia e representa uma grande oportunidade para a indústria brasileira se descarbonizar e ajudar o país a cumprir as metas e compromissos pactuados nos acordos climáticos. A conclusão é da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que lançou recentemente um estudo sobre o potencial uso desse energético em nosso país. Para o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, o Brasil tem todas as condições para ser protagonista no processo de descarbonização da economia no mundo através de tecnologias limpas como o hidrogênio verde.
“A consolidação do Brasil como produtor de hidrogênio tem o potencial de gerar empregos, atrair novas tecnologias e investimentos e desenvolver modelos de negócios, bem como inserir o país numa posição relevante na cadeia global de valor, o que pode alterar positivamente a balança comercial do país”, destacou o presidente da CNI.
A instituição ressalta, no entanto, que o desenvolvimento do mercado de hidrogênio depende de medidas estruturantes, entre as quais a elaboração de uma política industrial que impulsione a produção de equipamentos e a prestação de serviços, com incentivos ao financiamento para descarbonizar setores e segmentos potencialmente competitivos e que possam contribuir para o crescimento econômico do país associado a menores níveis de emissão de gases de efeito estufa.
“O foco é a construção de marcos regulatórios que tragam segurança aos investimentos, incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias, adoção das melhores práticas internacionais e promoção de estudos que dimensionem adequadamente o potencial do segmento”, acrescentou Andrade.
O estudo da CNI indica que os setores industriais de refino e fertilizantes, grandes consumidores de hidrogênio, têm potencial de uso imediato do hidrogênio sustentável como estratégia de descarbonização. Já siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento são os que apresentam o maior potencial para adoção do hidrogênio sustentável no curto e médio prazo (3 a 5 anos).
O estudo completo está disponível neste link. Veja abaixo um resumo das recomendações da CNI para a consolidação do mercado de hidrogênio sustentável:
– Elaboração de metas e estratégias como desdobramento do Programa Nacional do Hidrogênio.
– Elaboração de estudos relacionados à demanda e à oferta (existente e potencial).
– Elaboração de uma política industrial para estruturação da cadeia de fornecedores de hidrogênio no país, com seleção de setores e segmentos potencialmente competitivos.
– Implementação do mercado de crédito de carbono como pilar para incentivar a descarbonização de segmentos da indústria.
– Capacitação de pessoas para trabalhar na cadeia do hidrogênio.
– Elaboração de um Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento em Hidrogênio Sustentável.
– Elaboração de uma política nacional para produção de fertilizantes descarbonizados a partir do hidrogênio sustentável.
– Organização do mercado interno, por meio de incentivos para substituição de hidrogênio cinza por hidrogênio sustentável nos segmentos de refino, amônia e fertilizantes; estudos sobre o potencial para descarbonização de segmentos energointensivos (siderurgia, cimento, cerâmica, vidro e setor químico); e avaliação da competividade econômica e ambiental.